A esquerda pequeno-burguesa, a burocracia sindical e a frente popular

Bolívia – novo PT A esquerda pequeno-burguesa, a burocracia sindical e a frente popular Como esses setores mantêm a capitulação perante o regime burguês Os setores da burocracia sindical ligados ao MAS (Trujillo e Pérez) têm enfrentado crescentes desgaste com os trabalhadores devido ao rabo preso com o governo nas negociações salariais. Para evitar a própria bancarrota política eles tomaram a iniciativa de impulsionar o novo partido. A esquerda da burocracia, liderada por Solares, da mesma maneira, também tenta capitalizar o desgaste do MAS. Ambos setores manobram com o objetivo de transformar o novo IPT numa espécie de PT brasileiro, negociando com o governo o reforço da frente popular pela esquerda. O objetivo é transformar o IPT numa força parlamentar que possa captar os votos dos setores dos trabalhadores descontentes com o MAS, com o objetivo de eleger deputados e lucrar com a negociação de favores com o governo. Vários líderes da burocracia sindical têm declarado explicitamente que o novo partido, uma vez conformando uma “brigada operária parlamentária”, “não afetará nem debilitará o governo, mas fortalecerá as organizações sociais”. Por trás da fraseologia esquerdista está a tentativa de fortalecer a contenção dos trabalhadores. Alguns sindicalistas, como Hugo González, dirigente nacional dos Petroleiros, tentam manobrar para “tornar mais revolucionário o programa”, e evitar que o IPT possa se apresentar em 2014. Ambos setores colocam os trabalhadores a reboque da burguesia nacionalista, na tentativa de evitar o maior desgaste do MAS e até de evitar o confronto com a direita. A mesma política é seguida pelo PCB (estalinista), pelo PCML (maoísta), pela burocracia sindical da Federação dos Petroleiros e da Federação da Luz e Força e pela esquerda pequeno-burguesa dita trotskista. Vários grupos das chamadas internacionais trotskistas, principalmente o morenismo, têm apoiado a fundação do IPT sem delimitar-se das manobras da burocracia sindical. Tal é a posição da UIT-QI (Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional), representada pelo agrupamento denominado La Protesta e pela APR (Alternativa Popular Revolucionária), da ASR (Alternativa Socialista Revolucionária) lambertista, da Luta Socialista (ligada à LIT) e do MST (expulso da LIT). Em maior ou menor grau essas correntes atuam a reboque do governo nacionalista do MAS. Não por mera coincidência, as organizações irmãs no Brasil têm mantido uma política de total adaptação à frente popular liderada pelo PT. O próprio nome proposto pela COB, IPT, deixou de lado o nome original (Frente da Revolução Social) e é uma clara referência ao Partido dos Trabalhadores no Brasil. O setor liderado pelo ex secretário executivo da COB, Jaime Solares, é apoiado abertamente pela UIT-CI (La Protesta), irmão gêmeo da CST, corrente do PSOL, cujo principal expoente é o Deputado Federal Babá, e da Izquierda Socialista na Argentina. A LOR-QI, ligada ao PTS argentino e à LER-QI brasileira, mantém a tradicional política morenista de controle dos aparelhos. Longe de plantear uma luta no seio do IPT com o objetivo de ganhar os trabalhadores para uma política revolucionária, tenta manter a participação na Comissão Política Gremial a qualquer custo; não interveio na Conferência de Cochabamba contra ambos setores da burocracia e se limitou a levantar a palavra de ordem de “um IPT sem capitalistas, latifundiários nem banqueiros”. Na prática, representou uma capitulação à burocracia para conservar o cargo na direção e, dessa maneira, acabou abandonando a denúncia anterior de que a burocracia não impulsionava a construção de um partido dos trabalhadores a partir da base. Uma típica política centrista.

Comentarios

Entradas populares de este blog

INICIO DE CAMPAÑA DE REGISTRO DE MILITANCIA, Partido de los Trabajadores

Situación de la clase obrera minera

VOTO RESOLUTIVO DEL AMPLIADO DEPARTAMENTAL DEL MAGISTERIO RURAL DE CHUQUISACA